A COP30, 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, é um evento global anual que reúne líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil para discutir ações contra as mudanças climáticas. Em novembro de 2025, o Brasil sediará a conferência em Belém, no estado do Pará, consolidando-se como um ator chave nas negociações climáticas internacionais.
Entre os principais temas a serem debatidos na COP30 estão a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs), as soluções de baixo carbono, a taxonomia sustentável, o mercado brasileiro de carbono e os impactos sociais das mudanças climáticas.
Com a expectativa de atrair mais de 40 mil participantes, incluindo cerca de 7 mil representantes oficiais, a COP30 será uma oportunidade histórica para o Brasil destacar os avanços nas suas iniciativas de economia de baixo carbono, como nas áreas de energias renováveis, biocombustíveis e agricultura sustentável.
Economia de baixo carbono, mercado de carbono, Taxonomia Sustentável
A economia de baixo carbono é um modelo de crescimento econômico voltado para a minimização das emissões de GEEs, promovendo a adoção de tecnologias limpas e eficientes. Esse conceito tem ganhado cada vez mais destaque nas agendas corporativas e governamentais, impulsionado pela urgência climática e pelas novas regulamentações, tanto no Brasil quanto no cenário internacional, que estão se tornando cada vez mais rigorosas.
Dentro desse contexto, o mercado de carbono surge como um dos mecanismos mais promissores para estimular a redução das emissões e acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. Nesse sistema, as empresas compram e vendem créditos de carbono, cada um representando uma tonelada de CO2 evitada ou removida da atmosfera. A COP30 deverá ser um marco para o desenvolvimento desse mercado no Brasil.
A criação de um mercado de carbono regulado permitirá que empresas que conseguirem reduzir suas emissões obtenham receita adicional pela venda de créditos excedentes, enquanto aquelas que ainda precisam se ajustar poderão compensar suas emissões. Além disso, políticas públicas que alinhem a precificação do carbono podem incentivar investimentos em tecnologias limpas, tornando o processo de descarbonização mais acessível e eficiente.
Já a Taxonomia Sustentável é um sistema de classificação que visa orientar investimentos e decisões empresariais com base em critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Na COP30, espera-se que o Brasil avance na adoção de uma taxonomia própria, que promova a transparência e ajude investidores a identificar projetos alinhados com a agenda de sustentabilidade. Ao compreender e se posicionar estrategicamente diante dessas regulamentações, empresas brasileiras têm a chance de se posicionar como líderes na transição para uma economia mais verde, inovadora e competitiva.
Um exemplo de taxonomia sustentável é a Taxonomia da União Europeia (UE), que define critérios claros para atividades econômicas que podem ser consideradas “sustentáveis”. Essa taxonomia é uma classificação que orienta os investidores, empresas e governos na avaliação de quais atividades e projetos são alinhados com os objetivos climáticos e ambientais da UE, como a redução das emissões de carbono e a preservação da biodiversidade. Adotar práticas que atendam a esses critérios pode resultar em maior acesso a capitais, além de contribuir para a construção de uma reputação sólida no mercado global.
Oportunidades: Benefícios como incentivos fiscais e regulamentações
A adoção a esses padrões ambientais tem oferecido diversos benefícios para as empresas, incluindo incentivos fiscais, acesso a financiamentos especiais e fortalecimento da competitividade. No Brasil, políticas públicas já oferecem vantagens para organizações que investem em tecnologias limpas e processos de baixo impacto ambiental.
A Taxonomia Sustentável, por exemplo, permite que empresas com projetos alinhados às diretrizes ESG acessem subsídios, isenções fiscais e crédito diferenciado, incentivando a redução de emissões e a transição para uma economia de baixo carbono. Já o mercado de carbono possibilita que empresas comercializem créditos de carbono ao reduzir emissões, criando novas receitas para negócios sustentáveis. Além disso, políticas públicas também oferecem deduções fiscais a organizações que compensam emissões ou adotam tecnologias para neutralizar seu impacto ambiental.
O Brasil está bem-posicionado para expandir mercados verdes devido à sua biodiversidade, matriz energética renovável e potencial em sustentabilidade. Setores como energia renovável, agronegócio sustentável e infraestrutura verde atraem investimentos devido a importância e benefícios identificados.
- Energia renovável: Empresas que investem em solar, eólica e biomassa têm acesso a isenções fiscais e financiamentos diferenciados.
- Agronegócio sustentável: Práticas como plantio direto e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), garantem acesso a créditos verdes.
- Construção civil sustentável: Tecnologias de eficiência energética, uso de materiais recicláveis e certificações ambientais, como o LEED, proporcionam vantagens fiscais.
- Setor de transporte: Incentivos fiscais para empresas de transporte que adotam tecnologias mais sustentáveis, incluindo a compra de veículos de baixo carbono, como os elétricos ou híbridos.
A combinação de incentivos fiscais, regulamentações claras e inovação cria um ambiente favorável para empresas que alinham metas econômicas à sustentabilidade, promovendo competitividade, inovação e geração de empregos.
Obstáculos e soluções
Apesar das oportunidades, as organizações que adotam práticas sustentáveis enfrentam desafios significativos, como os altos custos iniciais, complexidade regulatória e escassez de profissionais qualificados para desenvolver estratégias eficazes. Portanto, ainda assim algumas soluções se destacam como eficazes para superar essas barreiras e gerar resulatdos positivos. Entre elas, estão:
- Plano de descarbonização: Entre as soluções disponiveis se destaca como uma medida estratégica e indispensável. O plano envolve a identificação das fontes de emissões de GEEs na operação da empresa, o estabelecimento de metas claras de redução e a definição de ações concretas para alcançar essas metas. Além de reduzir o impacto ambiental, um plano bem estruturado pode gerar benefícios econômicos, como redução de custos operacionais, aumento da eficiência e atração de investidores que valorizam critérios ESG (ambiental, social e governança) quando implementados.
- Gestão sustentável: se torna um fator essencial para o sucesso das práticas ambientais. A gestão ambiental eficaz permite monitorar e otimizar processos sustentáveis, garantindo o cumprimento de metas ecológicas e a conformidade com regulamentações. Além disso, a gestão de funcionários sustentável desempenha um papel fundamental, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável e engajado. Isso inclui a capacitação contínua dos colaboradores, a valorização da diversidade e inclusão, o incentivo a práticas de bem-estar e a adoção de políticas que alinhem produtividade e sustentabilidade.
- Obtenção de certificações ambientais: Certificações como Origem Sustentável, Recycled Claim Standard (RCS) e Sistema B, garantem a credibilidade da empresa no mercado e reforçam a confiança dos consumidores, contribuindo para o cumprimento de regulamentações e boas práticas sustentáveis.
- Economia circular: Pode se tornar um diferencial competitivo. Empresas que reaproveitam materiais, reduzem desperdícios e otimizam o uso de recursos, conseguem minimizar custos e aumentar sua eficiência operacional.
Conclusão
A realização da COP30 no Brasil representa um marco fundamental para impulsionar a adoção de práticas sustentáveis em diversos setores da economia. Diante das oportunidades e desafios apresentados, torna-se essencial que empresas, governos e a sociedade adotem estratégias eficazes para reduzir as emissões de GEEs, promover a economia de baixo carbono e fomentar inovações tecnológicas alinhadas com a sustentabilidade.
A transição para modelos produtivos mais sustentáveis exige esforços conjuntos e investimentos estratégicos. Empresas que adotam práticas ESG e buscam certificações ambientais ganham competitividade, atraem investimentos e se posicionam como protagonistas no mercado global.
Para superar os desafios, é necessário um compromisso com a gestão sustentável, capacitação profissional e inovação contínua. Planos de descarbonização, certificações ambientais e incentivos fiscais são ferramentas valiosas para viabilizar essa transformação. Dessa forma, a COP30 não apenas reforça a posição do Brasil no cenário climático internacional, mas também impulsiona uma mudança estrutural para um futuro mais verde, resiliente e economicamente próspero.
Portanto, a Ecovalor é parceira essencial para empresas que desejam se preparar para o mercado sustentável, com sua experiência e compromisso, a consultoria ajuda as organizações a se adaptarem às demandas atuais e a se posicionarem para o futuro sustentável.