No dia 15 de novembro, em Genebra, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou seu boletim anual sobre as emissões globais de Gases de Efeito Estufa referentes a 2022. Os resultados apresentados são alarmantes: pela primeira vez, as concentrações médias globais de dióxido de carbono, o gás de efeito estufa mais significativo, estavam 50% acima dos níveis da era pré-industrial. A abundância de gases que retêm o calor na atmosfera atingiu um nível recorde no último ano, indicando uma tendência de aumento contínua e aparentemente ininterrupta.
“Apesar de décadas de alertas da comunidade científica, milhares de páginas de relatórios e dezenas de conferências climáticas, ainda estamos indo na direção errada”, disse o secretário-geral da OMM, Prof. Petteri Taalas.
Este boletim antecede a COP28, o maior evento da ONU sobre mudanças climáticas programadas para o final de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O boletim destaca que, embora a taxa de crescimento das concentrações de dióxido de carbono tenha sido ligeiramente inferior à do ano anterior, este fato é atribuído, em grande parte, pelas variações naturais de curto prazo no ciclo do carbono, e que as novas emissões resultantes de atividades industriais continuaram a aumentar. As concentrações de metano e os níveis de óxido de nitroso também atingiram recordes em 2022, com a alta anual mais expressiva já observada.
De acordo com a OMM, o dióxido de carbono, responsável por quase 64% do efeito do aquecimento global, é predominantemente proveniente da queima de materiais fósseis e da produção de cimento.
O metano, contribuindo com 16% para o aquecimento global, é um poderoso gás de efeito estufa que permanece na atmosfera por quase dez anos. Aproximadamente 40% do metano é emitido para a atmosfera por fontes naturais, como áreas úmidas e cupins. E cerca de 60% vêm de fontes antropogênicas, como na criação de gado, agricultura de arroz, exploração de combustíveis fósseis, aterros sanitários e queima de biomassa.
Com o potencial de aquecimento 265 vezes maior que o dióxido de carbono e uma taxa de aumento na emissão que atingiu níveis nunca vistos nos tempos modernos, o óxido nitroso é responsável por quase 7% do aquecimento global. O óxido nitroso é emitido para a atmosfera tanto por fontes naturais (aproximadamente 60%) quanto por fontes antrópicas (aproximadamente 40%), incluindo oceanos, solos, queima de biomassa, uso de fertilizantes e vários processos industriais.
A meta estipulada no Acordo de Paris em 2015 em que o Brasil é signatário inclusive, é limitar o aumento da temperatura médio do planeta a menos de 2°C na comparação com o período pré-industrial, e a 1,5°C, se possível. Segundo o último relatório da ONU, a temperatura média do planeta em 2022 esteve em 1,15°C superior ao nível do período pré-industrial.
O nível atual de concentrações de gases de efeito estufa nos coloca no caminho de um aumento médio das temperaturas bem acima das metas do Acordo de Paris até o final deste século. Isso ocasionará em condições climáticas mais extremas, incluindo calor e chuvas intensas, derretimento do gelo, aumento do nível do mar e acidificação dos oceanos. Os impactos negativos, tanto sociais como ambientais e econômicos, devem disparar neste cenário.
Além disso, um relatório divulgado pela revista britânica The Lancet, adverte que a crise climática representa uma ameaça que pode desfazer os avanços conquistados ao longo de décadas na área da saúde pública, resultando em consequências devastadoras para vidas e meios de subsistência. O relatório destaca que o aumento da intensidade de eventos climáticos extremos coloca em perigo tanto a segurança hídrica quanto a produção de alimentos, colocando milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade à desnutrição.
A revista aponta que ondas de calor e períodos de seca mais frequentes são responsáveis por expor mais de 127 milhões de pessoas a níveis de insegurança alimentar que variam de moderados a graves em 122 países. O relatório ressalta que as mudanças climáticas estão acelerando a propagação de doenças infecciosas representando uma ameaça à vida.
Diante desse cenário desafiador, o secretário-geral da OMM, Prof. Petteri Taalas, destaca a importância de uma ênfase na adaptação climática durante a COP28. Países em desenvolvimento esperam que metade do financiamento climático seja destinada a sistemas de alerta precoce e projetos de adaptação climática, conforme suas necessidades. Com custos de adaptação estimados entre US$ 215 bilhões e US$ 387 bilhões por ano nesta década para os países em desenvolvimento, a urgência de ações concretas e cooperação global é evidente.
A COP28 não pode ser apenas um fórum de discussões, ela deve ser marcada por ações efetivas. O boletim enfatiza a necessidade de uma abordagem global e cooperação para enfrentar as mudanças climáticas, buscando soluções sustentáveis que beneficiem o planeta e as gerações futuras. Juntos, podemos mudar o rumo atual e construir um futuro mais verde e resiliente.
Qual o papel da Ecovalor e como podemos ajudar a sua empresa a mitigar os impactos causados pelos Gases de Efeito Estufa?
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