Por Elias Neto, CEO da Ecovalor
Nos últimos anos, as empresas de todos os setores têm assumido responsabilidades públicas relacionadas à sustentabilidade e à neutralidade de carbono. No entanto, à medida que a agenda climática avança e a COP 30 se aproxima, cresce também a pressão para que esses compromissos saiam do papel e se transformem em resultados tangíveis. A boa notícia é que ainda há tempo para agir. E, mais do que isso, há caminhos claros para que as organizações consigam gerar impacto real, ao mesmo tempo que fortalecem sua reputação perante investidores, consumidores e a sociedade.
Das metas de carbono à execução eficiente
Estipular objetivos de redução de emissões é apenas o primeiro passo. O desafio está em desdobrar essas metas em planos operacionais claros, com indicadores de desempenho e prazos definidos. As empresas que se destacam nesse processo são aquelas que realizam inventários de emissões robustos, identificam suas principais fontes de carbono e adotam soluções específicas para mitigá-las, desde a transição para fontes renováveis de energia até a otimização de processos logísticos e produtivos.
A adoção de objetivos baseados na ciência (Science Based Targets) é outro diferencial competitivo importante. Elas oferecem credibilidade, pois alinham as ações corporativas com os limites globais necessários para conter o aquecimento do planeta.
Eficiência energética e inovação sustentável
A eficiência energética é, talvez, uma das formas mais diretas e econômicas de reduzir emissões e custos. Investir em tecnologias de automação, iluminação inteligente, reaproveitamento de calor e equipamentos de menor consumo não só reduz o impacto ambiental, como também gera retorno financeiro.
Mas ir além dessa eficácia de energia é fundamental. A inovação sustentável, por meio de novos produtos, embalagens circulares, processos de baixo carbono ou modelos de negócio baseados em economia compartilhada cria diferenciais competitivos duradouros. A sustentabilidade, hoje, é vetor de inovação, e não apenas de compliance.
Mensuração de resultados ESG: o que não se mede, não se melhora
A credibilidade dos compromissos climáticos depende da capacidade de detalhar e reportar resultados de forma transparente.
Engajamento de stakeholders: colaboração que gera impacto
Nenhuma empresa consegue transformar compromissos climáticos em resultados sozinha. O engajamento de toda a cadeia (fornecedores, clientes, colaboradores e investidores) é determinante. Programas de capacitação, metas compartilhadas e parcerias estratégicas ajudam a multiplicar o impacto das ações.
Além disso, comunicar de forma clara e consistente as iniciativas e conquistas é fundamental para fortalecer a reputação e inspirar outras empresas a agir. A comunicação sustentável deve ser baseada em dados e resultados reais, evitando o risco do greenwashing.
Ainda há tempo e oportunidade para essa transformação
A COP 30 representará um marco importante para o Brasil e também para o setor empresarial. As organizações que se anteciparem, investirem em inovação sustentável e apresentarem resultados concretos até lá estarão não apenas cumprindo seu papel ambiental, mas também se posicionando para uma nova economia, mais verde, competitiva e resiliente.
A sustentabilidade é uma jornada contínua, e cada passo em direção à prática é uma oportunidade de gerar valor compartilhado. O momento de transformar promessas em resultados é agora. Para hoje. Para já!
