É preciso mobilizar as lideranças políticas para superar as mudanças climáticas e acabar com a guerra contra a natureza. A opinião é do secretário-geral da ONU, António Guterres, e foi manifestada nesta quinta-feira, 22 de abril, em reunião virtual da Cúpula do Clima.
O chefe da ONU ressaltou que o nível do mar está cada vez mais alto, as temperaturas estão escaldantes, há ciclones tropicais devastadores e incêndios florestais épicos.
Para Guterres, os líderes mundiais devem construir uma coalizão global para emissões líquidas zero até meados do século, com envolvimento de “todos os países, todas as regiões, todas as cidades, todas as empresas e todos os setores”.
Estados Unidos
Na Cúpula do Clima, o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu cortar as emissões de gases de efeito estufa do país entre 50% e 52% até 2030, em comparação com os níveis de 2005. Com a nova meta, espera induzir outros grandes emissores a mostrarem mais ambição no combate à mudança climática.
China
O presidente da China, Xi Jinping, disse que o país – maior poluidor mundial – começará a reduzir o consumo de carvão no período 2026-2030, como parte de seus esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa que causam o aquecimento do clima. A China pretende se tornar neutra em carbono até 2060.
Reino Unido
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considerou o compromisso do presidente dos Estados, Joe Biden, um divisor de águas.
Na terça-feira (21) Johnson havia anunciado que a Grã-Bretanha cortaria as emissões de carbono em 78% até 2035, a meta mais ambiciosa de mudança climática do mundo, que colocará o país no caminho para a emissão neutra.
Brasil
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, se comprometeu a alcançar, até 2050, a neutralidade zero de emissões de gases de efeito estufa no país, antecipando em dez anos a sinalização anterior, prevista no Acordo de Paris.
A neutralidade zero (ou emissões líquidas zero) é alcançada quando todas as emissões de gases de efeito estufa que são causadas pelo homem alcançam o equilíbrio com a remoção desses gases da atmosfera, que acontece, por exemplo, restaurando florestas. De acordo com Bolsonaro, “como detentor da maior biodiversidade do planeta e potência agroambiental”, nos últimos 15 anos o Brasil evitou a emissão de mais de 7,8 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera.
Bolsonaro disse ainda que é fundamental contar com os recursos financeiros de países, empresas, entidades e pessoas “dispostos a atuar de maneira imediata, real e construtiva na solução desses problemas”.
Posicionamento criticado
Esta posição do presidente da República, entretanto, foi bastante criticada por organizações ambientalistas brasileiras.
Por sua vez, o colunista do UOL, Leonardo Sakamoto, acusou Bolsonaro de ter mentido ao afirmar que, sob sua gestão, houve fortalecimento dos órgãos ambientais.
Os artigos 5º e 6º do Acordo de Paris tratam sobre os procedimentos financeiros para alcançar a redução das emissões, tema que deverá ser debatido na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP26, que será realizada em novembro em Glasgow, na Escócia.
Fonte: Notícia Sustentável