Produção e consumo consciente, proteção animal, design, ética e economia sustentável. Estes foram alguns dos temas que nortearam os painéis da 2ª edição do Fórum de Sustentabilidade do Centro das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB). O evento reuniu, na tarde desta quarta-feira, 28 de agosto, cerca de 600 pessoas entre profissionais do setor e estudantes, no Centro de Eventos da Fenac, em Novo Hamburgo/RS.
Michael Appleby, Federico Brugnoli, Ronaldo Fraga e Amyr Klink
Em tempos de recursos naturais cada vez mais escassos, um tema não poderia faltar na pauta do Fórum de Sustentabilidade: a água. Nesse âmbito, o especialista italiano em sustentabilidade, avaliação de ciclo de vida e gerenciamento de desempenho em couro, Federico Brugnoli, apresentou um dado alarmante. Segundo ele, atualmente, são gastos aproximadamente cerca de 8 mil litros de água para produzir um par de calçados. “Com essa mesma quantidade de água poderíamos produzir 344 pares de calçados. É preciso rever estas questões. Ser sustentável envolve todo o processo produtivo”, observa.
O estilista mineiro Ronaldo Fraga falou sobre sua experiência no projeto Design da Pele – iniciativa desenvolvida pelo CICB para aprofundar a cultura do design dentro dos curtumes brasileiros. “O Design da Pele é um projeto que ultrapassa o setor do couro rompendo a barreira que existe entre a indústria e o design”, salientou. Conforme Fraga, a produção sustentável sempre é um caminho possível. “Devemos fomentar a indústria brasileira com produtos sustentáveis e de alto valor agregado”, ressaltou.
O cuidado com o rebanho bovino foi destacado pelo britânico Michael Appleby, da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, na sigla em inglês). Para o especialista, a forma com que o gado de produção é tratado interfere diretamente na carne e no couro. Segundo Appleby, a indústria está se conscientizando disso. “Os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto às questões ecológicas e no trato com os animais. É determinante para a indústria melhorar os seus processos focando na qualidade de vida de seus colaboradores e no respeito no trato com os animais de produção”, destacou.
No encerramento do fórum, o navegador, economista e administrador de empresas, Amyr Klink, contou um pouco de suas experiências em quase três décadas de navegação pelo mundo, o que inclui mais de 40 viagens ao continente antártico. Nesse tempo, Klink ressaltou que aprendeu muito sobre o consumo consciente. “É preciso que atentemos ao consumo consciente e a preservação dos recursos naturais não-renováveis. E essa conscientização passa pela educação das pessoas”, disse.
Fonte: Exclusivo (http://goo.gl/24WlPa)