As instituições financeiras estão atentas aos potenciais impactos ambientais, sociais e de governança dos processos de investimento.
Pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) indicou que 85% das gestoras e administradoras de recursos do país levam em conta ao menos um desses três aspectos (conhecidos como ASG) ao analisarem os riscos e as oportunidades de investimento.
Em 2016, quando foi realizada a primeira edição do levantamento, esse percentual era de 68%.
De acordo com a nova pesquisa, os principais ativos avaliados pelas instituições em relação às práticas de sustentabilidade são os de renda variável (44%), seguidos por private equity e venture capital, com 42% – crescimento de 20 pontos percentuais na comparação à pesquisa anterior. Os ativos de crédito privado aparecem com 34% e os de renda fixa soberana com 6%.
Ainda que a preocupação com a sustentabilidade tenha crescido entre as instituições brasileiras, assim como já ocorre no mercado internacional, a prática não abrange a totalidade dos ativos geridos pelas casas.
“O mercado ainda está em processo de amadurecimento e a nossa expectativa é de que esse número continue crescendo”, afirma Luzia Hirata, coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade da Anbima.
Para Luzia, o que pode contribuir a esse cenário é o aumento do interesse dos investidores pela sustentabilidade.
“Eles já têm olhado mais para esses aspectos, mas ainda é de forma tímida. As instituições financeiras precisam disseminar mais o tema e padronizar suas informações para facilitar a comparação de uma empresa com outra”, diz.
Assim como aumentou a quantidade de instituições observando as práticas de sustentabilidade, também cresceu o número de gestores com políticas específicas sobre investimento responsável. O percentual passou de 18%, em 2016, para 21,3%, neste ano.
Na contramão, diminuiu o número de instituições que contam com uma área ou com funcionários dedicados exclusivamente ao acompanhamento dos aspectos ASG, passando de 14% para 11%.
“As equipes de trabalho em todos os setores, não apenas no financeiro, estão cada vez mais enxutas. Essa queda pode estar relacionada à incorporação do assunto em áreas de análise”, diz Luzia.
A 2ª Pesquisa de Sustentabilidade da ANBIMA foi realizada com 110 gestoras e administradoras de recursos – que representam 78% do patrimônio líquido sob gestão no Brasil.
Neste ano, o levantamento contou com a participação de associadas à Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Abvcap).
Fonte: Valor Econômico (goo.gl/9FP1wg)