Uma peça fundamental na implantação da Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil (RCC) acaba de chegar ao Distrito Industrial Jorge Lanner, em Canoas. O maquinário, que começa a operar no final de agosto, é uma espécie de peneira rotativa, responsável por fazer a triagem mecânica dos resíduos recebidos na usina. “A chegada do trommel, como é chamada essa máquina, representa um avanço no nosso objetivo de tornar Canoas cada vez mais sustentável e comprometida com o meio ambiente, pois é ele que faz a separação dos materiais recolhidos no trabalho de limpeza urbana”, explica o prefeito, Luiz Carlos Busato.
Ao entrar em funcionamento, o trommel irá processar cerca de 15 mil toneladas de caliça por mês, gerando matéria-prima para diversos reparos pela cidade, como base para pavimentos, drenagens, calçamentos e cascalhamento de vias não pavimentadas. “Desse montante, 90% será reaproveitado em obras de Canoas. Além da economia, estamos transformando toda uma cadeia produtiva com esse trabalho de reciclagem, que é pioneiro no Rio Grande do Sul e ainda vai gerar empregos”, revela Busato.
A instalação da usina, que será a maior recicladora de RCC do Brasil, está em andamento, mas já faz a segregação e a triagem parcial dos resíduos recebidos, além do beneficiamento de passivo. Segundo a empresa que venceu licitação para construir a usina em Canoas, o trommel representa o início do trabalho mais completo de reciclagem, pois ele recebe todo o material e faz a separação, retirando a terra e outras partículas finas.
A empresa já opera de maneira semelhante na cidade de Jundiaí, em São Paulo, onde a usina mudou drasticamente o cenário de limpeza urbana da região. O município paulista contava com 1.037 pontos de descarte irregular de lixo, que foram reduzidos a pouco mais de 30 com o trabalho de reciclagem de RCC. “Esse modelo bem-sucedido nos traz ainda mais confiança de que essa iniciativa vai resolver um dos maiores desafios que encontramos ao assumir a gestão de Canoas: o descarte incorreto de lixo”, completa o chefe do Executivo municipal.
Para facilitar a destinação correta desses materiais, a prefeitura revitalizou 20 locais que costumavam ser alvo de descarte ilegal de lixo, e criou Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), onde qualquer pessoa pode depositar, sem custo algum, resíduos como sobras de reformas ou obras de até dois metros cúbicos. Alguns exemplos são tijolos, concreto, blocos de cerâmica, rochas, azulejos, madeiras, compensados, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, tubulações e fiação elétrica.
Fonte: Jornal do Comércio