O Brasil está prestes a ganhar sua primeira usina de geração de biogás, responsável pela transformação do esgoto e de resíduos orgânicos em eletricidade. A instalação será feita no Estado do Paraná.
A CS Bioenergia, empresa de geração de energia, já conta com a Licença de Operação do Instituto Ambiental do Estado para operar a usina que tem capacidade de produzir 2,8 megawatts de eletricidade por meio de lixo e fornecer luz para aproximadamente duas mil residências.
Estações de tratamento de esgoto e concessionárias de coleta de resíduos fornecerão matéria-prima para a geração de energia, produzindo biogás e biofertilizantes para a região. Com a iniciativa, o objetivo é que o Paraná deixe de descartar cerca de mil metros quadrados de esgoto todos os dias, além de 300 toneladas de lixo orgânico em aterros.
A inspiração para o programa veio da Europa, principalmente da Alemanha, onde mais de 14 mil plantas de geração de eletricidade já estão em andamento.
Energia eólica
A desenvolvedora de projetos de energia eólica Casa dos Ventos está em busca de empresas interessadas em comprar tanto fatias na produção quanto participações acionárias em um complexo de usinas eólicas que a companhia construirá no Rio Grande do Norte, com uma capacidade de até 450 megawatts, disse à Reuters um executivo do grupo.
“A gente trouxe essa solução primeiro com a Vale, na Bahia, e agora a gente pensa em replicar no Rio Grande do Norte com um novo projeto… mas nossa ideia é (no próximo projeto) a gente continuar também como operador, ser um sócio-operador, e continuar no longo prazo operando as usinas”, explicou o diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe.
Por esse modelo, a desenvolvedora fica responsável pelo investimento financeiro nos parques e pela implementação dos projetos, enquanto o sócio tem a vantagem de comprar energia renovável a preços bastante competitivos e sem correr os riscos envolvidos na construção de uma usina.
O desenho envolve também a aquisição pelos sócios de uma participação nos parques, porque isso lhes permite obter descontos no custo da energia garantidos pela legislação brasileira a empresas “autoprodutoras”, que possuem ativos próprios de geração para atender sua demanda.
Segundo Araripe, o negócio com a Vale prevê que a empresa possa no futuro ficar com até 100 por cento da usina eólica Folha Larga Sul, mas essa opção dificilmente seria tão atrativa para outras empresas que não possuem tanta experiência no setor de energia quanto a mineradora, que tem ativos de geração.
Para o próximo projeto, do Rio Grande do Norte, a Casa dos Ventos poderá fechar contratos com mais de uma empresa, uma vez que o complexo eólico será dividido em diversas usinas menores, que podem ser negociadas individualmente.
As conversas para a venda da energia e de fatias nesse projeto estão em andamento, principalmente com empresas com grande consumo de energia, as chamadas “eletrointensivas”, que poderiam comprar cada uma desde uma pequena fatia da energia a ser produzida até quase a totalidade da geração do complexo, segundo Araripe.
“Nossa solução tem tido uma receptividade muito boa, então as conversas estão de fato avançando… tudo correndo bem, algum anúncio ainda dentro deste ano é bem factível”, afirmou ele.
“O interessante é que, como você divide em várias usinas, consegue alocar cada cliente em uma diferente. Mas tem todo o benefício do conjunto –a implantação, a operação, a compra de equipamentos, isso traz uma economia de escala”, acrescentou.
O empreendimento envolvido nas tratativas da Casa dos Ventos também já vendeu uma parte da capacidade em um leilão de energia promovido pelo governo federal no ano passado, o A-6. O parque negociado com a Vale também havia negociado uma fatia da geração no mesmo certame.
A Casa dos Ventos foi responsável por projetar ou desenvolver parques eólicos já em operação ou construção que somam uma capacidade total de 5,5 gigawatts. Para se ter uma ideia da presença da empresa no setor, o Brasil soma 14,5 gigawatts em usinas da fonte atualmente operacionais.
Mas a empresa possui ainda 16 gigawatts em projetos eólicos em seu portfólio, além de 5 gigawatts em projetos solares, segmento no qual a companhia ainda não tem ativos.
“Hoje nós temos aproximadamente 400 torres de medição anemométrica (que medem ventos) e cerca de 25 solarimétricas e aproximadamente 600 mil hectares entre áreas arrendadas e compradas (para as usinas)”, apontou o diretor de Novos Negócios, lembrando que o número de torres já passou de 750.
Segundo ele, a intenção da companhia é seguir tanto com investimentos em ativos próprios quanto com a venda de projetos ou parques para terceiros.
Fonte: O Sul (goo.gl/DHUsTu)