A União Europeia (UE) tem se destacado como uma referência global em sustentabilidade e práticas ESG (Environmental, Social and Governance). Desde a assinatura do Acordo de Paris, o bloco europeu vem avançando em uma agenda robusta para atingir a neutralidade climática até 2050. É nesse cenário que surge o Pacto Ecológico Europeu, ou Green Deal — um ambicioso plano de transformação econômica com foco em sustentabilidade e responsabilidade corporativa.
O que é o Green Deal?
O Pacto Ecológico Europeu reúne um conjunto de medidas estratégicas que visam transformar a economia europeia em um modelo mais verde, responsável e resiliente. Entre suas principais diretrizes, destacam-se:
- Combate ao desmatamento: Regras mais rígidas para produtos e empresas que contribuem para a degradação ambiental, por meio da diretiva EUDR.
- Redução de emissões de carbono: Estabelecimento de metas rigorosas e mecanismos como o EU ETS (mercado de carbono europeu) e o CBAM (ajuste de carbono na fronteira), que visam equilibrar emissões entre produtos locais e importados.
- Taxonomia sustentável: Um sistema que classifica quais atividades econômicas podem ser consideradas sustentáveis, oferecendo maior segurança para investidores.
- Relatórios de sustentabilidade: Exigência de divulgação de informações ESG com base em padrões padronizados (diretiva CSRD e os critérios de dupla materialidade, segundo o padrão ESRS).
- Due diligence na cadeia de valor: Nova abordagem de avaliação dos impactos ambientais e sociais ao longo da cadeia produtiva, conforme a diretiva CSDDD.
Essas iniciativas não impactam apenas empresas localizadas na Europa. Organizações que mantêm relações comerciais com o bloco — inclusive brasileiras — também precisarão se adequar a esse novo cenário.
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O que muda para empresas fora da União Europeia?
É cada vez mais evidente que as diretrizes do Green Deal vão além das fronteiras da UE. Negócios que exportam produtos ou serviços para a Europa já enfrentam o desafio de se adequar a essas exigências — e a urgência só aumenta.
Um exemplo relevante é o CBAM, mecanismo que entrará em vigor em 2026 e aplicará tarifas sobre produtos importados com alta pegada de carbono, como aço e cimento. A medida busca garantir concorrência justa e incentivar o uso de tecnologias mais limpas também fora da Europa.
Além disso, novas regras de relato de sustentabilidade seguem em discussão no Parlamento Europeu. Embora pequenas e médias empresas possam contar com prazos estendidos, a necessidade de adaptação é inevitável — e acompanhar essas mudanças é estratégico.
Como sua empresa pode se preparar?
Se sua empresa já atua no mercado europeu ou planeja expandir para esse território, é essencial entender profundamente os impactos e as oportunidades do Green Deal. Estar em conformidade com as exigências da UE é mais do que uma obrigação: é um diferencial competitivo e reputacional.
Algumas ações-chave para esse processo incluem:
- Entender as regulamentações: Estude as diretrizes do Green Deal e analise os impactos no seu setor.
- Adaptar processos internos: Implemente práticas e políticas que assegurem a conformidade com os padrões europeus.
- Acompanhar atualizações legislativas: Mantenha-se informado sobre os desdobramentos regulatórios e seus prazos de implementação.
A transformação rumo a um modelo de negócios mais sustentável já está em curso. Quem se antecipa, conquista espaço.
Quer entender em mais profundidade como o Green Deal pode impactar o seu setor e o que sua empresa precisa fazer desde já? Acesse o artigo completo que preparamos especialmente para você e esteja à frente das mudanças que moldarão o futuro dos negócios internacionais.