Empresas dos mais variados portes vêm atuando fortemente para a conformidade socioambiental de seus empreendimentos, gerando trabalho saudável e renda
Nos últimos anos, a sustentabilidade passou a fazer parte do cotidiano empresarial brasileiro. Diante de uma concorrência cada vez mais acirrada, restrições ambientais e regulatórias, diversas empresas vêm investindo recursos, de maneira espontânea (ou impelidas a tal), no aprimoramento das relações com seus stakeholders (partes interessadas), em um processo de conscientização da nova ordem social mundial. A sustentabilidade corporativa é um conceito sistêmico.
Trata-se de uma visão de longo prazo que incorpora as dimensões social e ambiental à estratégia de negócios da empresa, buscando promover a elevação da qualidade de vida, a inclusão social, o combate efetivo à pobreza e à degradação ambiental. Nesse contexto, torna-se imperativo uma mudança de paradigma. Modelos de gestão, inspirados exclusivamente no desempenho financeiro, devem ser capazes de incorporar as dimensões social e ambiental. E um modelo de negócio efetivamente inovador requer uma arquitetura capaz de reconhecer a sustentabilidade como instrumento de fomento à geração de valor.
Outrossim, não se pode negligenciar, abrindo mão de eufemismos, que as empresas existem para ganhar dinheiro. Os esforços na consecução da sustentabilidade, portanto, devem seguir uma lógica financeira, antes de serem perseguidos. Isto explica sua dimensão econômica.
Atentas a esse movimento, empresas dos mais variados portes vêm atuando fortemente para a conformidade socioambiental de seus empreendimentos, gerando trabalho saudável e renda, trazendo benefícios para as comunidades locais envolvidas, divisas para o Estado e retorno para os investidores; e que estejam inseridas em cadeias produtivas sustentáveis, fornecendo produtos e serviços para consumidores cada vez mais conscientes. A inclusão da sustentabilidade nas práticas corporativas é uma tendência irreversível.
E como assevera Schopenhauer: “Toda verdade passa por três estágios. No primeiro, ela é ridicularizada. No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro, é aceita como evidente por si própria.”
Andriei José Beber — Doutor em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management e Conselheiro de Administração Certificado pelo IBGC. Conselheiro independente da Tecnisa e especialista nas áreas de Finanças, Gestão e Governança.
Fonte: Administradores