Brasil já é o terceiro país com maior publicação de relatórios de sustentabilidade.
Estudos mostram que o Brasil está na 3ª posição em número de empresas que publicam relatórios de sustentabilidade, atrás somente da Espanha e dos Estados Unidos. O modelo usado para reportar os esforços e conquistas das empresas é o Global Reporting Initiative (GRI), iniciativa global que criou e mantém o modelo mais aceito e usado de relatórios socioambientais.
No cenário mundial, um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e do Boston Consulting Group, de fevereiro de 2013, mostra que mais de um terço das 2.600 empresas pesquisadas reportam lucro com seus esforços de sustentabilidade, aumento de 23% em relação ao ano anterior. Além disso, 48% mudaram seus modelos de negócio em função do tema sustentabilidade. É o caso da empresa de cosméticos The Body Shop que inovou ao deixar de fazer testes em animais no processo de produção de cremes e xampus e, com isso, mostrou ser possível fazer negócio de maneira sustentável.
Com a realização da Rio-92 no Brasil, o país entrou na rota do debate em torno da sustentabilidade. Como consequência, em 1997, o World Business Council for Social Responsibility instalou uma sede no Brasil: o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), com o objetivo de disseminar o conceito para os empresários. Já em 1998 foi criado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, que hoje já tem mais de mil associados envolvidos com o tema.
O cenário que se vê hoje no Brasil é bastante otimista. O banco de dados do GRI mostra que 96 companhias brasileiras fizeram relatórios de sustentabilidade no ano passado. Dessa forma, compartilharam com a sociedade os avanços, iniciativas e também os obstáculos a serem superados para que o negócio tenha a marca da preocupação com o social, o econômico, o ambiente e a cultura. Para Marina Grossi, presidente do Cebds, a divulgação de informações extrafinanceiras vem evoluindo voluntariamente há mais de 15 anos. “Questões como materialidade e impactos da cadeia de suprimentos estão se tornando novos paradigmas da transparência empresarial”, afirma.nnGrossi reforça que as empresas passaram a ser consideradas agentes estratégicos nesse processo de transição. “Há vários bons exemplos isolados a apresentar, mas precisamos dar escala e velocidade a essas boas práticas, bem como alavancar políticas públicas de governo, pois, sem elas, não haverá transformação”, conclui.
Um desses exemplos é a mineradora Vale, que vem aumentando o nível de transparência desde 2008, quando divulgou suas ações socioeconômicas e ambientais em seu primeiro relatório, referente a 2007. Em seu terceiro relatório, a empresa passou a seguir as diretrizes da metodologia GRI, conquistando a posição A+, que indica o mais alto nível de transparência. Atualmente a empresa faz parte do grupo de empresas líderes em sustentabilidade sob a Plataforma Global Compact Lead criada pela ONU em 2010 e está listada no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa desde 2011.nnVisão Brasil 2050n
Segundo especialistas, ao longo dos últimos 20 anos o tema cresceu. O setor empresarial evoluiu e entendeu que o desenvolvimento sustentável é o único caminho possível para a sobrevivência dos negócios no futuro.
Cerca de 500 pessoas de 70 empresas se uniram em 2011 para elaborar o documento Visão Brasil 2050, lançado na Rio+20. O estudo apresenta uma visão de futuro sustentável e o caminho para alcançá-lo. Segundo Marina Grossi, do Cebds, as empresas já têm tecnologia e conhecimento para resolver vários desafios urgentes, como reduzir as emissões dos Gases de Efeito Estufa, erradicar a fome e fornecer água limpa nos locais mais remotos.
Nascer do sol atrás de campo de plantação de trigo na Reserva American Prairie, em Montana, Estados Unidos. (Foto: Chris Tajane)
Fonte: G1 (http://goo.gl/UvXg2)